segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Serra descobriu o Brasil!

Vendo o debate da rede-tv, domingo, dia 17/10/2010, a sensação que fica é que tudo que foi feito no Brasil, foi copiado do Serra ou do FHC:
Serra descobriu o Brasil  e Pedro Alvares copiou!

O debate a meu ver foi polarizado entre Dilma, levantando questões sociais e o Serra, levantando questões morais ou éticas ou pseudo-morais, pseudo-éticas.

É a fórmula tradicional da direita de não responder as questões sociais, ou de se contrapor as questões sociais, sempre fugindo pela tangente:
a Dilma pretende distribuir cargos entre os amigos,  lotear funções, etc. como se ele, o Serra, não fizesse isto. Ele, Serra, prefere  privatizar e com isso distribuir cargos entre os estrangeiros e levar sua comissão e ser, posteriormente, beneficiado com um cargo honorifico qualquer em uma multinacional.

É interessante também notar que, quando chega a vez da imprensa  perguntar, através de duas jornalistas, ela, a imprensa, também se furta as questões  sociais e introduz questões éticas/morais: para um pergunta  sobre Erenice e para outro sobre Paulo Preto.
Ou seja, a midia, ou a grande midia, está pouco se lixando com o pais e as grandes questões nacionais, seu futuro e seus rumos. Ela traz para o debate possiveis propinas e comissões que existirão sempre, sendo empresas estatais ou não, aqui, nos EEUU ou no Japão. Algo que, independentemente do sistema social ou politico e de quem governa, deve ser combatido pela ... policia. Com isto, a imprensa procura retirar o foco social e nacional do debate, alienando a população, deixando-a a margem das grandes questões nacionais. Neste ponto, a midia puxa a sardinha para o Serra e levanta a bola para ele.

Mas, a meu ver tem duas questões que ficaram em aberto e a Dilma tem todas as condições de responder apropriadamente.
Uma é a questão do 'orelhão'. Para isto trago o argumento do meu amigo Raymundo de  Oliveira:

"Os celulares são resultado dos avanços da microeletrônica, que nos trouxe os microcomputadores, as agendas eletrônicas, a Internet e os celulares entre tantas outras coisas. Há celular no mundo todo: Zâmbia, Bolívia, El salvador, Moçambique, Índia, Nigéria, África do Sul, China, Alemanha, México, etc... Não foram as privatizações que viabilizaram os celulares, foi a Revolução Tecnológica que atingiu o mundo todo."

O celular portanto não depende de privatização ou não, nem de sistema social ou politico. E, inversamente, não adiantaria nenhuma privatização se não tivesse havido avanços tecnológicos: o Brasil continuaria sendo o pais do orelhão e teríamos que ficar brigando com as OI's e as teles  para instalar orelhões  e cobrir áreas remotas e  comunidades carentes.

A outra questão, a meu ver chocante, foi acusar a Ana Julia do Pará de ter prendido uma adolescente que foi estuprada pelos presos.
Ora, a prisão é uma questão do judiciário e não do executivo. Ou o Serra quer que o executivo interfira no judiciário?

A Dilma, a meu ver ganhou o debate. Mostrou que é realmente um grande 'quadro', tem informações, tem capacidade e sabe o que quer. Muito superior ao Serra. E neste ponto me refiro a competência e a capacidade, independentemente da posição politica. O Serra está anos luz atrás.

Sinto porém que a Dilma está cansada ou mesmo estressada. Tem que economizar forças para o grande debate, quando entrará no terrritório do grande inimigo: a Globo.

Rio, 18/10/2010
Pedro Alves

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Saúde pública e aborto

Descriminalizar o aborto não significa promover o aborto, mas significa perceber que a via penal, o castigo pela lei, simplesmente, não é a melhor forma de tratar  a questão. Podemos traçar um pequeno paralelo com o adultério. O adultério deixou de ser crime em 2005 no Brasil. A sua descriminalização não implica no seu aceite moral ou que a sociedade brasileira passou incentivá-lo, ou, ainda, que com a descriminalização, o numero de adultérios irá aumentar. É bom recordar quantos crimes hediondos foram cometidos no Brasil, apresentando como desculpa, ou justificativa, o adultério. E quem mais era assassinado? Justo as mulheres. E o homem ia se defender alegando 'defesa da honra'. E, pasmem, normalmente era absolvido. Todos devem saber disso! E, espero que estejam acompanhando o caso Sakineh do Irã, onde a religião impõe práticas de descriminação revoltantes contra a mulher. 
Qual é a semelhança entre o Irã e o Brasil?
No Irã é o véu e no Brasil a 'defesa da honra'!


Vamos recordar também, o caso Pimenta Neves. O pai de Sandra Gomide, João Gomide, relacionou a impunidade de Antonio Marcos Pimenta Neves a casos recentes de violência  contra a mulher, como o assassinato de Elisa Samudio.

Os problemas que decorrem, da proibição do aborto, é de classe e de geração.
Isto é, na sua maioria vamos ver mulheres pobres e jovens que realizam o aborto em  situações de risco de vida e que podem vir a sofrerem possíveis processos. Mulheres e casais em boas condições econômicas não sofrerão riscos à saúde, tampouco o julgamento moral, uma vez que isto será feito no silêncio do  mundo privado, enrustido em uma clinica particular.  Um aborto clandestino feito com segurança varia,  em média, de R$ 1.500 a R$ 4.000 reais.  Segundo dados do Dossiê Aborto de 2005 esta  é a 5ª causa de morte materna no Brasil.  Ademais,  conforme dados do SUS, são cerca de  238 mil curetagens decorrentes de aborto por ano, cada uma ao custo médio de R$ 125,00. Ficaram daí excluídos, por exemplo, os custos com internações por período superior a 24 horas,  os gastos com UTI e os recursos necessários ao atendimento de seqüelas decorrentes  do aborto  clandestino. Daí se falar muito que a descriminilização do aborto é uma questão de saude publica!
Veja mais em: clicando aqui.



O aborto, ao contrário do adultério, sempre será um  tema limite, causando polêmicas  apaixonadas por lidar com questões delicadas como vida. No entanto, tem  incríveis semelhanças com o adultério, uma  delas é o fato de que é uma prática,  apesar de condenada, pouco penalizada.  Como vemos, o crime de aborto promove mais a morte do que a vida. E mais nas camadas pobres da sociedade do que nas ricas e mais abastadas.

Clic aqui para ver mais informações.

De acordo com a proposta que está no site acima, o aborto será legal se  realizado sempre por livre decisão da mulher e nas seguintes condições:
  • realizado até a 12ª semana de gestação (quando o feto ainda não possui atividade cerebral);
  • realizado até a 20ª semana de gravidez, quando a gravidez decorre de violência sexual;
  • realizado a qualquer momento, em casos de grave risco para a vida da mulher gestante.
Não tem nada que ver com promover o aborto e abortar a qualquer tempo.

Por favor, examine a petição para desciminalização do aborto:


Clic aqui e assine a petição.

E forme sua própria ideia.  Não deixe que outros decidam por você.
Pense, analise e decida você mesmo.

Rio, 6/10/2010
Pedro Alves